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domingo, 28 de agosto de 2011

À procura

Desenho de Taciane, minha filha de seis anos.

Vivo à procura
Da consciência,
Da subsistência,
Da felicidade,
Da verdade,
Da vontade,
Da liberdade,
Da glória,
Da memória,
Da poesia,
Da noesia,
Da percepção,
Da acepção,
Da compreensão,
Do primor,
Do amor,
Do humor,
De viver,
De reviver,
Da nostalgia,
Da analgia,
Do que me apraz,
Da paz,
De não dar adeus,
De Deus,
De, enfim...
De mim.


domingo, 21 de agosto de 2011

Seguindo meu caminho


Quero avisar aos amigos que estou no blog de minha amiga Emiliana   As histórias de Emília com um ensaio sobre pena de morte.
Se puderem, deem um conferida.





Eu tenho uma amiga, Mary Cristina, que é cantora. Conversando com ela, explicou-me que sempre quando vai gravar um CD, precisa de, no mínimo, três músicas inéditas de sua autoria ou não para ter o direito de gravar músicas de outros cantores, mesmo que sejam de domínio público. Como ela só tinha duas, quis gravar um poema meu. Então prometi para ela que faria uma música mesmo não sendo compositor. Foi assim que comecei a compor há três anos. Fiz a primeira (Não me deixe) e a segunda, “Seguindo meu caminho”, agora tenho mais de dez músicas. Ela já gravou três minhas (estão aqui no blog na página “música”), inclusive esta só com áudio. Tem seis CDs com produção independente, pois aqui, em Manaus, não há gravadora. Agora que gravou o primeiro DVD. Filha de pais humildes, mesmo assim, investiram tudo na carreira da filha. Agora ela está com 21 anos e sua carreira deslanchou. Falou-me recentemente que já se sustenta com seu trabalho, mas só dá para sobreviver. Já se apresentou em várias TVs locais (cantando minha músicas, fiquei muito contente) e em outros estados (além do Amazonas) como Pará e Roraima. Nunca cobrei direitos autorais, apenas registrei as músicas. A melodia é dela. Tenho um carinho especial por essa música porque eu acordei cantando, então, percebi que não existia e imediatamente a escrevi. Ela demonstra muita gratidão a mim. Deixa todos curiosos em me conhecer por onde passa porque diz, hiperbolicamente, que sou “o melhor compositor do mundo” (testemunhei isso numa entrevista dela num rádio local), mas entendo que é somente uma gentileza e gratidão suas, pois não sou nada disso, imagina. Por isso, resolvi postar aqui para compartilhar com meus amigos daqui, da blogosfera.

Vou seguindo meu caminho 


Mesmo sentindo essa dor,
Embora não tente,
Talvez mais na frente,
Eu encontre alguém
Que me dê mais valor.

Acreditei na sua promessa
De me amar eternamente,
Mas você me deixou
Sem pensar no amor
Que existia entre a gente.

Vou seguindo meu caminho
Mesmo sentindo essa dor.

Agora não me peça
Para te perdoar
Porque não há quem me impeça
De seguir meu caminho
E tudo isso superar.

Saiba que muito te amei,
Mas só me fez sofrer
Dizendo que ia embora.
Com você me decepcionei.
Assim vou seguindo
Porque ainda é aurora.


Bento Sales




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Selo Esse blog me tira o tédio










Ganhei esse maravilhoso selo de minha grande amiga Adriana do blog Calma amor....... , que é um espaço onde ela põe amor, carinho, emoção e sabedoria. Esse blog realmente nos tira do tédio. Fico sempre muito feliz quando recebo esses mimos, pois é uma demonstração expressa  de amizade. O triste é que não podemos reparti essa alegria com todos os amigos daqui. Muitíssimo obrigado, Dri! O selo tem poucas regras


Escrever cinco coisas que te tiram do tédio:

Cantar


Blogosfera


Escrever


Família


Amigos




5 blogs que me tiram do tédio e ganham o selinho:



 CAIXA DE PANDORA 


Pra meu Consumo


Humor Negro sem Censura


HumorEmConto


ARTE EM CERAMICA

domingo, 14 de agosto de 2011

Homenagem aos pais

Desenho de Taciane, minha filha de seis anos.


Vou fazer uma homenagem aos pais diferente. Eu ainda tenho pai, mas seu papel em minha vida foi meramente biológico. Então, quem considero meu pai é meu avô paterno, pois a formação de meu caráter é baseada nele. Foi quem  me mostrou o certo e o errado. Ensinou-me a ser justo, honesto e humano. Para relembrar nossa convivência, há alguns anos, fiz um cordel relatando sua importância em minha vida e nossa rotina. Após alguns dias, telefonei para ele e minha avô (na época, ainda viva; faleceu há um ano) me disse que ele se emocionou tanto a ponto de chorar. Fiquei contente porque dentre seus setenta netos, eu fazê-lo se emocionar. Apesar de morar distante dele, ligo periodicamente;  para meu pai, nunca, uma vez que não se importa comigo. Então meu avô merece essa simples homenagem, visto que é pai de vários pais. Este cordel eu considero minha meia biografia.    

A FAZENDA VÁRZEA REDONDA
(Este cordel é dedicado aos meus queridos avós Antonio e Olga) 

Quando eu ainda era pequenino
E morava no interior,
Meus pais me abandonaram,
Porém alguém me amparou
E me deu amor e carinho
Devolvendo o meu valor.

Trata-se dos meus avós,
Por quem tenho muito apreço,
A eles sempre serei grato
Por me tirar de tropeço
E ainda hoje me estimar tanto
Até mais do que eu mereço.

E foi na Várzea Redonda,
Onde nasci e fui criado,
E aprendi as coisas da vida
E o que é certo ou errado,
Com o seu exemplo de vida
Meu caráter foi formado.

Há também outras pessoas,
Que tenho que pôr na lista,
Porque muito me ajudaram
Em obter tanta conquista;
Por eles tenho carinho:
São meus tios Deta e Batista.

E quando eu tinha doze anos,
Fui cuidar dessa fazenda;
Cuidava de ovelha e gado
E na roça eu tinha prenda.
Fazia tudo com presteza,
Pois também eu tinha renda.

Ganhava pelo trabalho
Novilha e ovelha por ano,
Roupa, roça p´ra plantar;
E alimento quotidiano,
E um auxílio pecuniário,
Se não me é ledo engano.

Ali enfrentei muitas secas:
Para salvar o rebanho,
Cortava os galhos das árvores
Seja qual for o tamanho,
Mas tinha que se servir
A alguns, de modo tacanho.

Sapecar mandacaru
Era uma outra alternativa
P´ra dar à vaca leiteira
Que se encontrava ativa
Ou àquela que estava caída,
Já que o alimento a reativa.

Levá-lo para os Brejinhos
Era também uma opção
Porque não tinha forragem
Quando chegava o verão,
Mas, por ser longe, tomava
Água só dia sim, dia não.

Eu saía de madrugada
De bicicleta ou a alazão,
Às vezes, era na Burra
Conforme a disposição,
Mas o modo mais freqüente
Era o jumento Grandão.

Na fazenda eu fazia tudo:
Era vaqueiro,aboiador,
Fazia cerca de arame ou lombo,
De ovelha era pastor,
Cuidava da plantação,
Colheita, era agricultor.

No rebanho de bovino,
Só havia gado de raça,
Que não era superado
Por nenhum outro da praça,
Vaca que seu leite dava
Para encher uma cabaça.

Havia nelore, mestiço,
Guzerá, gi, holandês,
Hindu-brasil e pé-duro
E  outras duas raças ou três,
O fato é que o rebanho
Agradava ao freguês.

Eu aboiava todo rebanho
Pelo respectivo nome,
E ele me obedecia mesmo
Que estivesse com fome,
Mas uns só me atendiam pelo
Seu apelido ou codinome.

Era a Aparência, a Bicó,
A Saboneta, a Serrinha,
A Saia-Branca, a Garota,
O Guzerá, a Rainha,
O Cupido, o Negro, que
Com o Holandez tinha rinha.


Porém tudo melhorou
Com a construção do Açude,
Pois com água em abundância,
Todos mudam de atitude:
Plantar, colher o ano todo
E também cuidar da saúde.

Nós  plantávamos de tudo:
Batata, cana, goiabeira,
Capim, milho, mamoeiro,
Feijão, melão, macaxeira,
Pepino, melancia, abóbora,
Ata e também bananeira.

E também tinha fartura
Tratando-se  de pescado,
Pois  botamos nele peixes
Porque  não tinha sangrado.
Pescávamos facilmente
Onde ele tinha secado.





Os peixes eram diversos:
Curimatã e sardinha
Piau, corró, traíra, mandi,
Bodó, molão e branquinha
E outras espécies que eu
Conhecimento não tinha.

Pegávamos  peixes com
Lata,  anzol ou landoá,
Com galão de pesca ou pau,
Mas uns tinha que tarrafar,
Outros usávamos ramos
A fim de os encurralar.

Quando animais adoeciam,
Tinha que deles cuidar;
Seja bicheira ou tinguir,
Broca ou endemia a contagiar.
Com instrução do meu avô,
Tratrava-os até curar.


E também, na minha folga,
Nunca  havia brincadeira,
Eu entrava na mata para
Extrair mel de abelha e cera
De italiana e arapuá,
 Jatir, que dava em arueira.

Porém, tive que ir embora,
Em busca de uma ilusão,
Meu avô vendeu a fazenda
Porque não achou outra opção,
Cuidar dela não podia,
Pois não tinha condição.

Nesses tempos de menino,
Sem saber, eu era feliz,
Mas eu tomei outro destino
Longe de minha raiz,
Mesmo vivendo sem  pais
Vivi muito bem e em paz.




Muito tempo se passou,
Mas me deixou bom lembrar
Do lugar onde nasci
E de quem me quis cuidar.
“Não permita Deus que eu morra
Sem que eu  volte  para lá”.

Agradeço ao meus avós
Por tudo que me têm feito,
Pois, quando achavam que minha
Vida não teria mais jeito,
Minha estória eles mudaram
Com a causa e com o efeito.

Vivendo 
Ávidas
Recordações
Zelosamente
Especiais de bons
Acontecimentos

Razões
Excepcionais que
Deus nos permite
Organizar em
Nossas reminiscências e
Dedicarmos a quem
Amamos.


domingo, 7 de agosto de 2011

Tributo a Phelipe Castanho - Caixa de Pandora

Homer Simpson





Dia 31 de julho, eu perdi um grande amigo e incentivador daqui do blog, Phelipe Castanho, do blog Caixa de Pandora. Ele era um grande poeta e divulgava sua poesia em outro blog chamado de Garbage Dump ambos desativados por seu desejo em vida. Toda vez que eu publicava, ficava imaginando a sua reação, pois sabia que comentaria e deixava sempre palavras amistosas. Fiquei tão desolado que pensei até em desistir do blog, mas repensei e vi que suas lembranças estão aqui. Vou deixar dois exemplos de seus comentários para o amigo leitor constatar o quanto éramos amigos. Coloquei a imagem do Homer Simpsom porque gostava dele. Eu tive um poema que ele analisou e interpretou, clique aqui  (HERMÉTICO).

 Diante disso, fiz um poema (soneto) para fazer uma modesta homenagem a ele.
Caixa disse...
Bento estou sem palavras.
Sua maior virtude é a modéstia.
Porque faz tudo de forma perfeita mesmo.
Contos, haicais, poemas, e até musicas.
Que grande talento.
Sinto até orgulho de ter um amigo assim tão completo na arte de escrever.
Aplausos a você mestre.

Caixa disse...
Eu que sou grato a você por toda atenção que tem para comigo e minha Caixa.
Sua amizade foi uma das melhores coisas que encontrei aqui neste meio.
Pode acreditar é sincera minha admiração por você.
  Súbita partida


Amigo, partiu sem nos avisar
Deixando boas lembranças para nós,
Agora estamos tristonhos e sós.
A saudade é grande e singular.

Tânatos, vil que vem sem anunciar,
Tira nossas vidas de guisa atroz,
Pois é inexorável e feroz
É quem um por um de nós vem buscar.

Sempre viverá em nossa memória;
Mesmo estando com o coração ferido,
Reviveremos sua vida, sua glória.

Só aceito essa súbita partida,
Apesar de não ter tudo cumprido,
Porque podemos nos ver noutra vida.


Bento Sales
Manaus, 06/08/2011.