Total de visualizações de página

sábado, 28 de maio de 2011

INSTANTE

Desenho de Taciane, minha filha de cinco anos.


Neste instante, cogito quem sou,
De onde vim e para onde vou.
Nesse instante, olhei-me, mas não me vi
(Não me reconheci).
Naquele instante, percebera que Cronos,
Paulatinamente, de instante em instante,
Devorava-me inexoravelmente, sem que
Pudesse engendrar meu eu.
Subitamente, vira que aquele instante
Já se foi, dera vez a outro momento,
Porém levou consigo um pedaço de mim.

sábado, 21 de maio de 2011

IDIOSSINCRASIA

Desenho de Taciane, minha filha de cinco anos.

Em cada um, uma história,
Uma busca de glória,
Uma luta pela liberdade,
Uma procura pela felicidade,
Uma vaidade,
Uma sexualidade,
Uma realidade,
Uma personalidade,
Um gosto,
Um desgosto,
Um contragosto,
Um sentimento,
Um ressentimento,
Uma ternura,
Uma loucura,
Uma estatura,
Uma postura,
Uma saudade,
Uma vontade,
Uma sanidade,
Uma ingenuidade,
Uma fantasia,
Uma hipocrisia,
Uma sabedoria,
Uma visão,
Uma ilusão,
Uma emoção,
Um medo,
Um segredo,
Um ideal,
Uma digital,
Um fado,
Um fardo,
Uma função,
Uma missão,
Um ancião,
Uma crença,
Uma doença,
Um valor,
Um pecador,
Um amor,
Uma dor,
Uma estética,
Uma ética,
Uma genética,
Um jeito,
Um trejeito,
Uma criança,
Uma desconfiança,
Uma esperança,
Uma sorte e
 Uma sentença de morte.



sábado, 14 de maio de 2011

CACOFONIA

 

Cacofonia (Gr.  Kako: feio, desagradável; phonia,as: voz ou som)

Cacofonia é a dominação que se dá a sons desagradáveis, causados por palavras formadas com duas ou mais sílabas de vocábulos diferentes no enunciado, quando são pronunciadas, dando uma conotação engraçada, obscena, pejorativa ou sem sentido, como boca dela; se for desse jeito; ave, Adão! Eu lhe ligo. Também pode ocorrer com palavras fora do seu contexto, por exemplo: picadura,  concebo e com palavras ou expressões estrangeiras, a saber: “today is pay day” (hoje é dia de pagamento, em inglês),  “merci beaucoup” (muito obrigado, em francês),  “tomar una buseta” (pegar um ônibus, em espanhol).
 Opõe-se à eufonia, que é som ou combinação de sons agradáveis ao ouvido. Não é considerado erro gramatical nem semântico. Se for intencional, é uma figura de linguagem.
Porém, a cacofonia pode constituir-se em um dos chamados vícios de linguagem que devem ser evitados, tanto na linguagem coloquial quanto na escrita, em razão de introduzir, por meio da musicalidade da língua, palavras com sons desagradáveis ou sentindo duplo no enunciado. Vou dar alguns exemplos (todos que consegui me lembrar ou encontrar) no contexto para ficar mais didático:

§  Desde pequenos, aprendemos que somos descendentes de Eva e Adão;
§  A vaca come capim-elefante e o touro só capim-canela;
§  Ele beijou a boca dela duas vezes seguidas.
§  “A caçada foi ruim: eu cacei um tucano e você um jacu. Vamos voltar! Você, que sabe o caminho, vai à frente com o jacu que eu vou com o tucano atrás”,
§  “Maria, seja gentil, deixe o Paulo entrar”;
§  Bata com uma mão para mim, por favor;
§  Essa fadinha é querida de todos os garotos e garotas;
§  “O débito será dividido entre o trio: mil meu com mil de vocês dois”;
§  Não se preocupe, Maria, pois quando eu chegar, vou ligar lá em casa;
§  Deixe ir-me já, pois estou atrasado;
§  Sabes que te amo, pois quando te vejo, meu coração por ti gela;
§  A TV está com defeito porque alterna para cor sim, cor não;
§  Jamais me esquecerei de ti, pois sei que um grande amor não se acaba assim;
§  Não tem nada de errado a cerca dela;
§  “Vou-me já indo que está pingando, pois acho que chover”;
§  Instrumento para socar alho;
§  Depois da chuva, o mofo deu em tudo;
§  “Vem dançar, cossaco, pois, nesta dança, não fica cossaco fora”;
§  Por falta de audiência, Sílvio Santos tirou Roletrando do ar de vez;
§  O Quico é feio, mas muita gente diz: ”Quico bonito”!
§  Somente compro, se for daí de sua loja;
§  Dizem que com sua reza Sara cura qualquer doença;
§  Preocupa-me se for dos seus;
§ Você pinta bem, mas quero ver se você pinta como eu pinto;
“Se for Darcir, pode entrar”;
§  “Vai Gina, assistir ao filme comigo”?
§  Agora percebo que você nunca gostou de mim;
§  Neste sentido, eu sou como você;
§  Muitos são adeptos da fé católica;
§  Uns têm fé de menos;
§  Outros têm fé de mais;
§  Nunca amei uma mulher como ela;
§  Relógio mido é bom, pois José tem um e já foi com o mido na chuva, no chuveiro e até na piscina, mas não entrou água;
§  Ele é um homem de pouca fé;
§  Esse time nunca ganha um campeonato;
§  Sabe que nunca mais eu vi ela;
§  Ela tinha tudo para ser feliz;
§  Agora você veja tudo que aconteceu;
§  Isso não aconteceu aqui, mas lá acolá;
§  Você me jogou fora de sua vida;
§  Para evitar a picadura , use repelente contra mosquito;
§  O supermercado Carrefour deu prazo para os clientes renegociarem seus débitos;
§  O Zico jogou muito com Zinho;
§  Roberto Carlos pediu a bola e o Cafu deu;
§  A Márcia Fu deu uma cortada na bola no jogo contra Cuba;
§  O interesse do governo não é o da nação;
§  O prefeito diz que vai fazer tudo por cada um de nós;
§  A ditadura de Cuba lança desafio aos Estados Unidos;
§  Eu sei que nunca mais vou amá-la novamente;
§  “Alma minha gentil, que te partiste”;
§  Se for desse jeito, para mim já chegou;
§  Não preciso praticar Cooper, pois eu acho que nasci com o Cooper feito;
§  Maria não se encontra. Não sei cadê ela;
§  Se não puder comprar um carro, compre uma bicicleta, assim conseguirá pagá-la;
§  Na derrota do Brasil para a França, a bola passou pelo Roberto Carlos, Cafu, Dida e foi para o fundo no gol;
§  Se a capital do Equador não mudar, continuará sempre Quito;
§  José continua morando na Rua Getúlio Vargas esquina com o beco “H”;
§  No cume daquela serra, há um formigueiro, quando chove, a água no cume entra e as formigas do cume saem;
§  “Deputado, seu partido está rachado”?
§  Meu time é o Flamengo. Agora me diga que time é teu!
§  “Maria, sabe onde está o Ricardo? “Sei: está ali comendo”;
§  “Por favor, seu Bento, dê-nos mais um exemplo de cacofonia”!  “Pois não”:
§  “Doutor, cure o Bento, pois ele está mal”!
* Se Eva coar o café no coador, fica muito mais gostoso.

Fonte: Wikipedia, várias gramáticas da língua portuguesa, dicionário Houais, crônicas esportivas, música e muitas cacofonias do cotidiano. Algumas, como as do meu nome, eu descobri e também as adaptei aos exemplos. Assim a língua portuguesa fica divertida e fácil, não é?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Selo 100% INTRADUTÍVEL


Ganhei o Selo 100% INTRADUTÍVEL de minha amiga Laura, do Blog Humor Negra sem Censura. O Selo  é uma Homenagem aos Blogs cuja originalidade não se pode copiar ou traduzir!
Estou muito regozijante, uma vez que esse é o segundo e é uma homenagem de uma pessoa maravilhosa, culta e generosa com os amigos.  O primeiro foi do meu amicíssimo Felipe, do Blog Caixa de Pandora.Gostaria de indicar alguém, mas felizmente, meus amigos também são os seus e já foram indicados por ela. 
Obrigado, Laurinha!!!!!!!

sábado, 7 de maio de 2011

ÚLTIMO ADEUS (à minha querida avó, Olga)

Desenho de Taciane, minha filha de cinco anos.

Como todos estão fazendo homenagem às mães, também gostaria de fazer mesmo não tendo mais mãe, avó nem sogra. Então, dessas, a mais recente falecida foi minha avó paterna, que foi no ano passado; na ocasião, apesar de distante de minha raiz, fiz um poema (soneto) em tributo à minha querida vó. Eu a considero minha mãe, pois preencheu a falta desta  na infância. Para mim, todos os dias é dia das mães. Porém, quero que todas as mães (e avós) que por aqui passarem sintam-se homenageadas:

Foste-te após nos gerar e nos criar
Porque Deus te concedeu essa missão.
É imensa a saudade e a solidão,
Porém agora temos que aceitar.

Seu último adeus nem pôde anunciar...
 Não pudemos te pedir tua bênção,
E, a ti, por tudo, minha gratidão!
Mas isso, vó, não vai me consolar.

O teu nome está no Livro da Vida
Inscrito pelo nosso Pai Maior
Disso estou ciente e sei que ninguém duvida.

A pouco nos veremos noutra vida;
É por isso que hoje vivo melhor
Mesmo com a saudade desmedida.






segunda-feira, 2 de maio de 2011

11 de setembro, um dia de terror (A águia ferida)

Pintura de Taciane, minha filha de cinco anos.

Decidir publicar esse cordel, que fiz quando ocorreu o atentado, para comemorar a queda do Bin Laden e também para mostrar para os amigos como a história é contada pela poesia popular.
  


O mundo dá condolências                                                      
Ao povo americano                                                                 
Por ter sido atacado                                                                 
Por um grupo vil e insano                                                      
Matando gente inocente                                                          
Como se fosse um engano.                                                     

Eram nove da manhã,                                                                                         
Quando aviões de passageiro                                              
Bateram nas torres gêmeas,                                                    
O símbolo do dinheiro,                                                           
Do world Trade Center. Mas foi                                            
Autor nativo ou estrangeiro?                                                  

E o terceiro aparelho                                                              
Sobre o pentágono caiu,                                                         
Ferindo o poder ianque                                                          
Que o Saddam já sentiu                                                          
E o quarto avião seqüestrado                                                 
Num campo se desferiu.                                                        

E o mundo, pela tevê,                                                              
Viu esse filme sem artista,                                                      
Que o bandido se acha herói                                                   
Com atos de terrorista                                                            
Por alguma causa vã                                                               
Quer só desgraça conquista.                                                   

Nova York chorou ao ver as gêmeas                                      
Ruindo e caindo no chão;                                                        
Os seus cento e dez andares                                                    
Viraram tudo torrão,                                                               
Pois não suportaram o                                                              
Bombardeio num dia de cão.                                                  


George Bush, o presidente
Jurou ao ataque vingança,
Mas não se sabe quem foi
Com certeza e segurança.
O fato é que perdemos
Nossa paz, nossa esperança.

O fato é que morreu                                                            
Muita gente no incidente,                                                   
Condenada por um crime                                                       
Que, de certo, é inocente,                                                   
Abalando o mundo inteiro                                                   
Com pesar sem precedente.                                                

George Bush declara guerra                                                                                     
A um inimigo invisível                                                       
Que, nem mesmo com radar,                                             
Detectá-lo é possível,                                                          
Mas o povo americano                                                       
Achou a atitude plausível.                                                  

Sua artilharia está aposta,                                                   
Nenhum suspeita está salvo;                                               
Tem um aval de vários países                                              
E o Brasil não é ressalvo,                                                   
Mas só há um probleminha:                                               
Não sabe quem será o alvo.                                                

Pode ser os afeganes,                                                                  
Povo humilde do Islã,                                                         
Porque acolhe um terrorista                                               
Suspeita, de vida vã,                                                           
Porém está cauteloso                                                          
P’ra não virar um Vietnã.                                                   

O presidente Bush disse:                                                    
“Ou estão contra, ou a favor                                             
A nós, norte americanos                                                   
Na guerra contra o terror”                                                
Que aflige a paz do universo                                            
Com Ímpeto e com fervor.                                                 

Estados Unidos sempre                                                   
Exibiram tecnologia                                                             
Como bravata ao inimigo,                                               
Mas a grande ironia 
É que seu inimigo já
Na sua casa se escondia.                                                 

                               
                                   
Osama Bin Laden, árabe,
É o  provável suspeita
Por destruir suas embaixadas
Na  África, uma desfeita.
Mesmo sendo seu ex-agente,
Ao povo ianque não respeita.

É um fanático islâmico,                           
Que aos ianques declarou guerra
Em nome do deus Alá.
Se esconde nalguma serra
Do aliado Afeganistão
Que para o mundo o olho cerra.

Cerca de seis mil morreram,
Uns escaparam por  sorte;
Outros se precipitaram
 Do  alto do edifício  norte..
Passageiro e malfeitor
Se destinaram  à morte.

Talibam mantém Bin Laden,
Pois o tem  como um decano,
Não  pensam em entregá-lo
Ao  exército americano,
Que alerta aos Afegãos,
Que vão entrar pelo cano.

O atentado  parou o país:
Aviões pararam  de voar,
Ações da  bolsa  despencaram,
Metrô teve que  parar,
Os navios não navegaram,
Carros deixaram de andar.

Para  uns, é o Apocalipse,
Para outros, Juízo Final,
A grande Tribulação,
Terceira guerra mundial,
Ou então, o Armagedon com a
Volta de Cristo, afinal.

Apesar dos Afegãos
Serem gente miserável,
Em se tratando de guerra, 
Não há ninguém comparável.
Declararam “guerra santa”
Que para Alá é louvável.

A milícia Talibam                                     
Gere o país sob o Corão,
Liderado por um louco
Que para mim, é vilão,
Pois desafia  o mundo bélico
E oprime o povo afegão.

Os americanos foram
Na sua casa insultados,
Por isso querem vingança
Seja quem foram culpados,
Pois se sentiram inermes
Logo após os atentados.

Mas dizem que não é guerra,  
É  somente uma caçada
A uns fanáticos islâmicos
De índole mal falada,
Porém sabemos que é
Uma guerra disfarçada.

Alguns do ex-inimigos
Aos ianques apoiaram
Já  outros, uns insensíveis,
Até mesmo os criticaram
Dizendo que eles estão 
“Colhendo o que plantaram”.

O mundo está apreensível
Com que pode ocorrer,
Pois, algumas profecias
Começam acontecer.
É assim, nesta incerteza,
Que agora vamos viver?


Manaus, 11 de Outubro de 2001.
Bento Sales.