Desenho de Taciane, minha filha com sete anos.
A palavra-chave para a sobrevivência
humana e até de algumas espécies de animais é solidariedade. Palavra oriunda do
latim solidus, que significava sólido, firme, durável e, ao logo de sua
diacronia, adquiriu o sentido de cooperação, colaboração.
Vivemos em
sociedade composta por indivíduos com personalidades tão distintas que, se
ponderamos, distraidamente, depreenderíamos que é inviável vivermos em
harmonia, todavia, a resposta para isso é solidariedade. Nós dependemos uns
dois outros para sobrevivermos. Mesmo que alguém se declare independente porque
se denomina autossuficiente financeiramente, ainda é dependente, pois irá
sempre precisar dos semelhantes para executar algo que ele não sabe ou é
incapaz de fazer, como pilotar um avião, fazer um celular, uma instalação
elétrica ou hidráulica, coletar o lixo e etc..
Aristóteles
(384 a.C. – 322 a.C.) fundamenta e pensadores
sociais como o alemão Immanuel Kant, do século XVIII e o francês Auguste Conte,
do século XIX, reiteram que o homem é um ser social, ou seja, não vive só e
isoladamente por longo tempo. Podemos observar que viver em comunidade
solidária não é exclusividade humana. As formigas, os cupins as abelhas, por
exemplo, vivem em comunidades estritamente cooperativas e organizadas
socialmente: os soldados defendem a população e o patrimônio; os operários produzem
e armazenam o alimento e a rainha procria. Não se pode esquecer que,
diferentemente da sociedade humana, tudo isso ocorre de maneira inconsciente e
instintiva, porém, todos têm consciência de que sua função é importante para o
bom funcionamento deste sistema, uma vez que, se uma parte falhar, comprometerá
sumariamente a vida de toda comunidade.
Sendo assim, mesmo sem percebermos, estamos constantemente sendo
ajudados, cooperados pelos nossos semelhantes, por isso, temos o dever de
cumprir a função social que nos cabe, visto que, assim como nossa vivência e
sobrevivência depende do desempenho de outras pessoas, eles também dependem de
nós, seja no nosso lar, nosso trabalho, nossa cidade ou país.
A
solidariedade é necessária para sermos uma unidade, um corpo sólido. O que nos
diferencia dos demais seres sociais é não sermos solidários somente de forma
instintiva, mas sim, voluntária, racional e fraterna. Um velho e sábio aforismo
no ensina que “a união faz a força”. Temos de somar e dividir até nossas
emoções e sentimentos: “Dor compartilhada é meia dor; alegria compartilhada é
dupla alegria”. C. A. Tiedge.