Desenho de Taciane, minha filha com sete anos.
Gosto de aedo de palinódia obducta,
Que medre opúsculo de escopo arcano,
Que o zoilo, em diatribe e quão ufano,
Se areie na sua ilação fugaz e abrupta.
Porque a exegese do ínvio se enluta;
Para exauri-la tem que ser magano
E elucubrar por prescindir o engano
E a logomaquia nunca se refuta.
O anfiguri é curial do abderítico,
E no impérvio não há tautometria:
Dédalo é fósmeo até para o crítico.
Esse bardo é epônimo de Hermes,
Não engendra nênia nem hipocondria,
Sua obra pretere hermeneutas inermes.
Fiz este soneto com palavras preciosistas
para surpreender meus colegas e o professor num trabalho de semântica quando
fazia graduação em Letras. Á primeira
vista, tem-se a impressão de que não é português, mas o é e tem nexo. Como disse o linguista Evanildo
Bechara:
"O falante tem que ser poliglota
em sua própria língua".
Reedito o poema agora como tributo e lembrança de meu amigo Phelipe Castanho, do blog Caixa de Pandora, que nos deixou em 31 de julho de 2011. Como era ótimo poeta e contista, sentiu-se desafiado por não entender o poema, então, pediu-me permissão para copiá-lo e “traduzir para o português falado aqui na Terra” – conforme suas palavras. Depois o publicou em seu blog com o título: “Desafio do Professor Bento Sales”. Ficou ótimo e praticamente outro poema. Apesar de ser ipsis litteris, contém a essência do poema. Pediu-me desculpas por não fazer rimado. Para mim foi muito importante, pois era estreante na Blogosfera. Ele era um grande homem e muito amigo, mesmo, merece essa minha singela homenagem.
Reedito o poema agora como tributo e lembrança de meu amigo Phelipe Castanho, do blog Caixa de Pandora, que nos deixou em 31 de julho de 2011. Como era ótimo poeta e contista, sentiu-se desafiado por não entender o poema, então, pediu-me permissão para copiá-lo e “traduzir para o português falado aqui na Terra” – conforme suas palavras. Depois o publicou em seu blog com o título: “Desafio do Professor Bento Sales”. Ficou ótimo e praticamente outro poema. Apesar de ser ipsis litteris, contém a essência do poema. Pediu-me desculpas por não fazer rimado. Para mim foi muito importante, pois era estreante na Blogosfera. Ele era um grande homem e muito amigo, mesmo, merece essa minha singela homenagem.
Hermético
(tradução de Phelipe Castanho)
Gosto dos
poetas da antiguidade que faziam poemas sombrios e rimados,
Que fizeram
crescer esta arte misteriosamente até hoje.
Mas que é
criticada mordazmente por leigos
Que se
baseiam em conclusões rápidas e sem nexo.
Porque um
comentário de quem não conhece é lastimável.
Tentam
acabar com esse tipo de cultura,
Mas ela veio
através do tempo e ninguém consegue destruir.
Por mais que
se discuta, ela vence e prospera.
Os textos
são (aparentemente) sem ordem alguma e eram cantados nas reuniões antigas.
Por serem de
difícil entendimento, (muitos acham que) ficam monótonos.
São
(parecem) confusos a ponto de ficarem (acharem) impossível de estabelecer uma
critica.
Mas venho em defesa deles:
Não tentando
mostrar o lado triste e doentio,
Mas mostrar a beleza dos poemas daqueles que
cultuavam Hermes.